Telas Soldadas viabilizam reparo em galeria


Em outubro de 2001 foram iniciadas as obras de infra-estrutura para o lançamento de um loteamento residencial de alto padrão na cidade de Santana do Parnaíba, na região da Grande São Paulo.

Na área do terreno, de topografia acidentada, havia um córrego com alta vazão de água em um ponto de grande declividade. A decisão dos construtores foi instalar uma galeria com aduelas, a 7 m de profundidade, que permitirá, inclusive, o aproveitamento dessa água para abastecimento de 30% das necessidades do condomínio.

A opção pelas aduelas justificou-se pela grande vazão de água do córrego (principalmente em época de chuvas) e pela possibilidade de trânsito de veículos pesados no local, em virtude do trabalho de terraplanagem e aterro.

Durante o trabalho de escavação, houve um imprevisto: o terreno começou a apresentar umidade excessivamente alta. Aos poucos descobriu-se que a razão era a existência, pouco abaixo do córrego, de um lençol freático.

"Essa infiltração não gerou problemas, em virtude das características das aduelas: foi feito um berço com pedras (rachão, pedra dois, etc) para drenagem e uma camada (de 8 cm) de concreto simples com 15 MPa. Isso foi suficiente, porque a aduela é autoportante e como apresenta base plana facilita seu assentamento", explica a eng. Elizabeth Aparecida Ferreira Rischi, da Triângulo Engenharia e Consultoria.

Diante dessas condições, seria inviável para essa obra a utilização de tubos de concreto, primeiramente, porque a tubulação teria que ser dupla para dar conta da vazão de água e, em segundo lugar, porque os cuidados com o berço tornariam o custo da obra inviável. Logicamente, a alternativa dos tubos de PVC também foi descartada, tendo em vista a altura do aterro e o tráfego que circulará sobre a galeria.

A galeria de aduelas foi instalada na descida de um morro, atravessando boa parte do loteamento, num trecho de aproximadamente 300 m. Durante a locação topográfica do condomínio os construtores tiveram que promover um desvio não previsto em projeto, iniciativa que resultou numa altura bem maior de aterro.

O resultado é que a galeria, projetada para suportar 7 m de altura, acabou ficando a 15 m de profundidade. Para piorar a situação, durante os trabalhos de terraplanagem, houve um excesso de peso sobre a galeria, por conta do transporte pesado, o que provocou danos em algumas aduelas.
Segundo a engenheira, "as aduelas não apresentaram problemas estruturais. Ao contrário, elas superaram as expectativas, apesar da altura excessiva de aterro para sua especificação e do tráfego de veículos de grande porte. Apenas algumas cederam na parte superior, onde a carga ultrapassou o dobro do calculado, provocando fissuras e quebra no concreto, sendo que as armações permaneceram intactas, evitando assim a ruptura frágil da peça".

Diante dessa situação, foi realizado um reparo estrutural nas peças danificadas. A decisão de se fazer a recuperação, ao invés de substituir as aduelas, deveu-se ao fato de que todo o paisagismo do local já estava concluído e a troca causaria prejuízos em termos de custos e de imagem para o empreendimento - uma vez que o condomínio já estava em processo de comercialização de lotes.
A maior dificuldade para fazer os serviços de reparos foi a falta de espaço dentro das aduelas (1,5m de altura x 1,5m de largura x 1,0m de comprimento). Os trabalhos foram feitos com a aduela já recebendo a vazão do córrego. Esse volume de água recebeu uma tubulação provisória. Foi feito um escoamento com estacas na parte interna das aduelas, para sustentação durante os reparos. As equipes lavaram e escovaram as paredes, que, posteriormente, receberam uma nova armação em telas soldadas e concreto projetado.

"Uma das coisas que facilitou muito o trabalho de reparo foi a utilização das telas soldadas, que foram levadas para o interior da galeria já prontas, no formato da aduela. Isso agilizou o trabalho e contribuiu decisivamente na qualidade dos reparos", analisa a eng. Elizabeth Rischi.

 

 
 
     
 
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